Conheça o famoso poema “Fausto” de Goethe

A literatura alemã é reconhecida mundialmente, reunindo autores históricos de áreas diversas, como Süskind e o suspense literário, Thomas Mann e a filosofia alemã, Irmãos Grimm e os contos para jovens e Stefan Zweig e a literatura de guerra.

Neste artigo, porém, vamos conhecer, juntos, um dos grandes expoentes da literatura clássica alemã, Johann Wolfgang von Goethe, abordando mais especificamente o poema Fausto.

Conheça mais sobre o contexto histórico do poema Fausto de Goethe 

Fausto (Faust em alemão) é um poema trágico do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, dividido em duas partes. É considerado uma das grandes obras-primas da literatura alemã.

A criação da obra dramática ocupou praticamente toda a vida de Goethe, mesmo que não de forma contínua. A primeira versão foi composta em 1775, sendo conhecida como um esboço de nome Urfaust (Proto-Fausto). O segundo esboço foi feito em 1791, intitulado Faust, ein Fragment (Fausto, um fragmento), e sequer foi publicado.

A versão definitiva do poema seria escrita e publicada por Goethe somente no ano de 1808, sob o título Faust, eine Tragödie (Fausto, uma tragédia). 

A obra expressada no Fausto foi retomada em 1826, quando o autor começou a escrever uma segunda parte que, posteriormente, foi publicada postumamente sob o título de Faust. Der Tragödie zweiter Teil in fünf Akten (Fausto. Segunda parte da tragédia, em cinco atos), em 1832.

A obra

O poema Fausto consiste em uma célebre adaptação de uma história popular que foca na figura de Henrique Fausto, um homem extremamente inteligente, mas que não possui tudo aquilo que deseja.

Fruto da ambição, Fausto permanece insatisfeito até ao dia em que conhece um demônio chamado Mefistófeles, um demônio que vem à Terra para corromper a sua alma, depois de ter feito uma aposta com Deus.

Vale dizer que Mefistófeles é uma figura da mitologia medieval que aparecia com muita frequência nas obras da época como uma das possíveis representações do mal. À medida que o tempo passou, o demônio passou a ser associado ao Diabo e confundido com outros personagens semelhantes, tal qual Lúcifer.

Após fazerem um acordo, Fausto acaba vendendo a própria alma a Mefistófeles, em troca de poder ver seus desejos realizados.

De acordo com Eloá Heise, professora da USP, Fausto, além de ser a obra simbólica da vida de Goethe, adquire também significado universal, sobretudo por materializar o mito do homem moderno, o homem que busca significado em sua vida, que precisa tocar o eterno e compreender o misterioso.

A origem da lenda de Fausto e suas adaptações

A lenda de Fausto foi inspirada em Johann Georg Faust (1480 – 1540), um mago e astrólogo do Renascimento alemão, comumente apontado como alquimista.

Várias histórias surgiram na cultura popular em torno da lenda de Fausto. Por exemplo, além de acreditarem que teria feito um pacto com o diabo para ter acesso aos poderes do mundo oculto, ele teria sido acusado de bruxaria.

Na lenda, tal qual na obra de Goethe, Fausto é um homem sábio e de sucesso que pretende aprender e experienciar o máximo que puder. No entanto, ele se encontra frustrado com as limitações humanas e procura, assim, respostas no universo mágico.

Tradução de Fausto no Brasil 

Por ser uma das mais reconhecidas obras literárias, inúmeras traduções de Fausto foram realizadas. Em português, a primeira tradução foi feita em verso por Agostinho de Ornelas, diplomata português, a primeira parte em 1867; a segunda, em 1873.

No Brasil, destacam-se as traduções de Sílvio Meira, publicada em 1974 e a de Jenny Klabin Segall.

Atualmente, temos a tradução de João Barrento (poeta, ensaísta e filólogo português), cuja primeira edição é de 1999.

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